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Um delivery para Trump com entrega do Brasil: como a Coca-Cola entrou no meio da guerra comercial nos EUA

Poucas coisas não estão a um estalar de dedos de Donald Trump, que pode apertar um botão para começar uma guerra nuclear ou pedir uma Coca-Cola sem sequer levantar da mesa de seu escritório presidencial — e isso não é nenhum exagero. 

Assim que voltou à Casa Branca, Trump promoveu uma redecoração do lugar. Trocou cortinas, papel de parede e quadros, mas um item chamou atenção da imprensa: uma caixa retangular de madeira, com um selo dourado e um botão vermelho passou a compor a mesa histórica do Salão Oval, o famoso escritório cerimonial da presidência. 

“Todo mundo fica um pouco nervoso quando eu aperto esse botão,” disse Trump em 2017 ao Financial Times (o botão vermelho também fez parte do escritório em seu primeiro mandato).  

Trump não envia mísseis ou aciona um protocolo de fuga ao pressionar o dispositivo. A coisa é muito mais simples: ele pede refrigerante ao mordomo.

O republicano é conhecido em seu círculo mais próximo pelo consumo de Coca-Cola diet.

Na época da posse, o The New York Times chegou a publicar um artigo contando que Trump toma mais de uma dúzia de latas do refrigerante todos os dias — além de consumidor junk food, sendo filmado e fotografado diversas vezes comendo hambúrgueres e batatas fritas. 

Apesar de os refrigerantes diet serem considerados por nutricionistas melhores do que as bedidas com açúcar, a quantidade consumida por Trump pode ser perigosa para a saúde — a ingestão em excesso de bebidas diet está associada a diabetes tipo 2, hipertensão, derrame e demência. 

E é aí que entra o novo capítulo da história de Trump com a Coca-Cola. 

Delivery para Donald Trump, mas a entrega é feita pelo Brasil

Amante da Coca diet, Trump fez um pedido especial para a Coca-Cola nesta quarta-feira (16) — e nada tem a ver com a campanha dos nomes impressos nas latinhas do refrigerante que voltaram às prateleiras dos supermercados por aqui. 

O presidente norte-americano pediu que a Coca-Cola use o que chamou de açúcar de “cana de verdade” em seus refrigerantes. 

Em um post na rede social Truth Social, Trump diz que tem conversado com a empresa e que a marca concordou com a mudança. 

“Gostaria de agradecer a todas as autoridades da Coca-Cola. Essa será uma medida muito boa da parte deles — você verá. É simplesmente melhor!”, escreveu Trump.

O pedido faz sentido: nos EUA, a Coca-Cola usa principalmente xarope de milho com frutose como adoçante em vez de açúcar de cana.

O problema — para Trump — é que o maior produtor de açúcar do mundo é o Brasil, país com o qual o presidente norte-americano vem escalando cada vez mais a guerra comercial, que começou com uma tarifa de 10%, subiu para 50% e chegou a uma investigação que inclui o Pix e até a Rua 25 de março. O Seu Dinheiro contou essa história em detalhes.

  • Os EUA também são um grande produtor de açúcar, com a produção de açúcar de cana e beterraba atingindo um recorde histórico na temporada 2024/25. 

Há anos, o Brasil vem tentando ampliar a cota de exportação de açúcar para os EUA — quem sabe agora, com a ajuda da Coca-Cola, o País consegue uma trégua nas tarifas e ainda uma maior fatia do mercado norte-americano. 

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Francisco Gomes

Blog sobre finanças pessoais, investimentos, renda extra, ações, Tesouro Direto e FIIs. Escritor e investidor com foco em expansão internacional

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