Mais de uma vez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os canais de comunicação com a Casa Branca estavam obstruídos, comprometendo as negociações em torno das tarifas de 50% que o governo norte-americano impôs aos produtos brasileiros. Nesta sexta-feira (1), Donald Trump se mostrou disposto a falar com o petista.
Em declarações à imprensa, o republicano abriu espaço para receber uma ligação telefônica de Lula para discutir um acordo comercial bilateral.
“Ele pode falar comigo a qualquer momento”, afirmou Trump. “Vamos ver o que acontece com o Brasil. Eu amo as pessoas de lá”, acrescentou.
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Só que a declaração de amor do republicano durou pouco. Em seguida, ele voltou a acusar o País de não tratar bem o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Vale lembrar que Trump abriu a carta com as tarifas de 50% sobre o Brasil com alegações políticas — e não econômicas — ao indicar que o País promovia uma verdadeira caça às bruxas, e citou a situação de Bolsonaro.
Não demorou muito para o presidente brasileiro ir até as redes sociais para responder Trump.
“Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, disse.
Lula não vai ligar, mas Haddad vai falar
Embora Lula já tenha indicado que em uma conversa conseguiria explicar a situação do Brasil e convencer Trump a não taxar os produtos nacionais, ainda não está claro se o petista pretende ligar para o republicano.
Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre a possibilidade. “Eu acho ótimo o comentário de Trump sobre o contato com Lula”, afirmou.
Haddad contou ainda que terá uma reunião na semana que vem com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, acrescentando que a conversa poderia abrir caminho para a ligação entre Trump e Lula.
“Na conversa com o secretário do Tesouro será possível explicar o funcionamento do judiciário brasileiro”, afirmou Haddad, acrescentando que também deve tratar da lei Magnitsky, usada contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e que prevê uma série de sanções.
Haddad disse ainda que o governo está preocupado com os efeitos das tarifas na microeconomia.
Nesta semana, Trump assinou o decreto que instaura a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O documento, no entanto, trouxe uma série de exceções e adiou a entrada em vigor da taxa em sete dias. Os impostos passariam a valer hoje.
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