Expectativas, tarifas, juros e gráficos no vermelho. Neste início de semana em que o Federal Reserve (Fed) deve confirmar se vai mesmo manter a taxa de juros entre 4,25% e 4,50% — apesar da pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — o bitcoin (BTC) e grande parte do mercado de criptomoedas seguiram em queda. Menos uma, pouco falada no Brasil.
Enquanto BTC, ethereum (ETH), solana (SOL) e muitas das maiores criptomoedas do mercado registraram recuos entre 1% e 5%, o BNB cravou uma nova máxima histórica, chegando a R$ 859,56.
Mas o fôlego não durou. A moeda entrou em modo de correção logo após bater o recorde e já acumula queda de 4,1% desde o início da manhã, embora ainda exiba valorização de 17,57% no ano.
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A volatilidade, marca registrada do universo cripto, voltou a ditar o ritmo do mercado nesta segunda-feira (28). O BTC recuou 0,64% e o ETH caiu 1,05%. Mesmo assim, analistas olham para outros indicadores e montam um cenário com perspectivas de novas altas no mercado cripto.
Na semana passada, o ethereum liderou com folga as entradas líquidas em produtos de investimento ligados a criptoativos, como fundos e ETFs, com US$ 1,59 bilhão. O volume disparou os radares dos analistas, que já miram os próximos alvos em US$ 4.000 e US$ 4.060, com suportes entre US$ 3.700 e US$ 3.400.
Confira o desempenho das dez maiores criptomoedas do mundo nesta segunda-feira (28), por volta das 18h25:
| # | Nome (Símbolo) | Preço (USD) | 24h | 7d | YTD | Market Cap (USD) |
|---|---|---|---|---|---|---|
| 1 | Bitcoin (BTC) | US$ 118.102,00 | -0,64% | 0,80% | 26,45% | US$ 2,35 tri |
| 2 | Ethereum (ETH) | US$ 3.786,71 | -1,05% | 0,83% | 13,67% | US$ 457,10 bi |
| 3 | XRP (XRP) | US$ 3,14 | -1,64% | -11,10% | 51,08% | US$ 186,16 bi |
| 4 | Tether (USDT) | US$ 1,00 | -0,04% | -0,05% | 0,19% | US$ 163,58 bi |
| 5 | BNB (BNB) | US$ 824,13 | -0,93% | 8,42% | 17,57% | US$ 114,79 bi |
| 6 | Solana (SOL) | US$ 184,26 | -1,36% | -5,44% | -2,63% | US$ 99,12 bi |
| 7 | USDC (USDC) | US$ 1,00 | -0,02% | 0,02% | -0,03% | US$ 63,88 bi |
| 8 | Dogecoin (DOGE) | US$ 0,23 | -4,27% | -15,45% | -27,85% | US$ 34,23 bi |
| 9 | TRON (TRX) | US$ 0,32 | 0,47% | 2,12% | 26,44% | US$ 30,45 bi |
| 10 | Cardano (ADA) | US$ 0,79 | -4,20% | -10,16% | -6,05% | US$ 28,07 bi |
BNB: a bola da vez
Apesar da leve correção ao longo do dia, o BNB — anteriormente conhecido como Binance Coin e token nativo da BNB Chain — chamou a atenção ao desafiar a maré negativa do mercado.
O movimento foi impulsionado por uma série de anúncios de empresas que decidiram apostar na nova tendência das tesourarias em cripto, com foco justamente na BNB Chain.
A CEA Industries (VAPE), com apoio da Yzi Labs (o family office de Changpeng “CZ” Zhao, cofundador da Binance) está arrecadando US$ 500 milhões em uma rodada privada com investidores institucionais, mirando se tornar a maior companhia listada nos EUA com reservas em BNB. O montante pode chegar a US$ 1,2 bilhão.
Também nesta segunda-feira, a biofarmacêutica Liminatus Pharma (LIMN), listada na Nasdaq, anunciou a criação da subsidiária “American BNB Strategy”, com planos de investir até US$ 500 milhões em BNB a longo prazo.
Na semana passada, a Windtree Therapeutics (WINT) já havia prometido até US$ 700 milhões para aquisições do ativo. E hoje, a empresa de tecnologia Nano Labs comunicou a compra de 128 mil BNB, no valor de mais de US$ 100 milhões, após divulgar planos para sua tesouraria cripto na sexta-feira.
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Bitcoin à sombra do Fed, ethereum procurando as estrelas
Semanas de decisão de juros são sempre intensas para o mercado cripto. Com a expectativa de cortes para reanimar os motores do setor, investidores buscam sinais sobre onde alocar seus recursos.
Enquanto o bitcoin parece ter perdido fôlego após o último rali e encontra resistência nos US$ 120 mil, o ethereum continua a se firmar como a altcoin mais promissora.
Dos US$ 1,9 bilhão que entraram em produtos ligados a cripto na última semana, US$ 1,59 bilhão foram alocados em fundos atrelados ao ETH — o segundo maior volume já registrado. Na contramão, o BTC sofreu saques de US$ 175 milhões, acendendo entre analistas o debate sobre uma possível altseason. Ainda é cedo para cravar, mas o otimismo com as altcoins vem ganhando força.
E mesmo que a altseason não se consolide, o ethereum segue ganhando espaço nos portfólios institucionais.
Para Sarah Uska, do Bitybank, parte da valorização recente vem da consolidação do ETH como ativo institucional e funcional, turbinado por avanços tecnológicos e por um clima mais otimista no setor. Ela destaca ainda que o aniversário de 10 anos da rede marca um momento de maturidade para o ecossistema.
Segundo Uska, esse movimento foi favorecido por avanços regulatórios nos EUA, como a aprovação do Genius Act, que trouxe mais segurança jurídica para ativos digitais e impulsionou o papel das stablecoins no ecossistema do Ethereum.
Guilherme Prado, da Bitget, reforça essa visão ao destacar que o par ETH/BTC rompeu uma média de 200 dias, sugerindo um desempenho superior do ETH frente ao BTC no curto prazo.
Já Ana de Mattos, da Ripio, projeta que, em caso de continuidade da alta, os próximos alvos estão entre US$ 4.000 e US$ 4.060, com suportes entre US$ 3.700 e US$ 3.400. Apesar do cenário positivo, os especialistas alertam para a volatilidade do mercado e recomendam cautela nas alocações.
Paypal e as criptomoedas no dia a dia
Outro destaque desta segunda-feira foi o anúncio do PayPal sobre o lançamento do “Pay with Crypto”, novo sistema de pagamentos com criptomoedas para comerciantes dos Estados Unidos.
A funcionalidade permitirá transações internacionais com mais de 100 criptoativos, com integração a carteiras digitais como Coinbase, Binance e MetaMask, convertendo automaticamente os valores para stablecoins ou moedas fiduciárias.
Com taxa de apenas 0,99%, o serviço promete reduzir em até 90% os custos em comparação com pagamentos internacionais via cartão de crédito.
A novidade, que será liberada nas próximas semanas, tem como objetivo simplificar o comércio global e fortalecer o uso da stablecoin própria da empresa, o PayPal USD (PYUSD).]
*Com informações do Money Times e Coindesk
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