Um encontro decisivo entre Estados Unidos e União Europeia acontece neste domingo (27), com a promessa de destravar um dos impasses comerciais mais importantes do ano.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deve se reunir com o presidente americano Donald Trump na Escócia para tentar selar um novo acordo entre os dois blocos.
A reunião estava marcada para acontecer no campo de golfe de Trump em Turnberry, no oeste escocês — e vem sendo preparada por semanas de intensas negociações.
A proposta sobre a mesa inclui uma tarifa média de 15% sobre produtos europeus exportados aos EUA. O objetivo é encerrar meses de incertezas e evitar um novo tarifaço que pode entrar em vigor em 1º de agosto.
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Tarifa de 30% ainda é ameaça
Enquanto os detalhes são acertados, um possível aumento de tarifas paira como ameaça real. O governo americano anunciou a intenção de impor taxas de até 30% sobre produtos da UE — incluindo automóveis, aço, alumínio e até itens farmacêuticos — caso não haja avanço nas negociações.
Em resposta, Bruxelas já preparou uma lista de retaliação com tarifas sobre € 93 bilhões (ou US$ 109 bilhões) em produtos dos EUA.
Neste sábado (26), chegaram à Escócia os principais nomes envolvidos nas tratativas. Do lado americano, o representante comercial Jamieson Greer e o secretário de Comércio Howard Lutnick. No domingo de manhã, foi a vez do comissário europeu de Comércio, Maros Sefcovic, desembarcar.
Em entrevista à “Fox News Sunday”, Lutnick deixou claro: a União Europeia precisa oferecer contrapartidas relevantes — principalmente, mais abertura para produtos americanos — se quiser evitar as novas tarifas.
“A pergunta é: a UE vai apresentar ao presidente Trump um acordo bom o suficiente para que ele recue?”, disse.
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Acordo seria vitória geopolítica
Embora o clima seja tenso, o otimismo ainda está presente. “Estamos cautelosamente otimistas”, disse um alto funcionário do governo americano, em condição de anonimato. “Mas só termina quando termina.”
Se for concretizado, o acordo representaria uma vitória significativa para os dois lados. Juntos, EUA e UE respondem por cerca de um terço de todo o comércio global, e manter esse canal fluindo é estratégico em um momento de reconfiguração das cadeias globais.
Diplomatas europeus afirmam que a estrutura do acordo pode seguir moldes semelhantes ao pacto comercial já firmado entre EUA e Japão: tarifa básica de 15% sobre uma ampla gama de produtos e uma tarifa específica de 50% para aço e alumínio, com possibilidade de cotas para esses itens.
No caso dos automóveis, o entendimento é que a tarifa atual de 27,5% seja substituída pelos mesmos 15%, promovendo um alívio importante para as montadoras europeias.
Agora, os olhos se voltam para Turnberry, onde as próximas horas podem definir o tom das relações comerciais entre os dois blocos nos próximos anos.
*Com informações da Reuters.
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