O Citi está com o pé atrás em relação aos resultados que a PetroRecôncavo (RECV3) entregará no segundo trimestre deste ano diante da perspectiva de números mais fracos em comparação à temporada de balanços anterior.
O banco norte-americano considera que a petroleira deve entregar um faturamento que refletirá a desvalorização do câmbio e dos preços do petróleo no período.
Outro ponto para de atenção dos analistas é que a produção de petróleo se manteve praticamente estável, enquanto os custos de extração tendem a subir com a desvalorização do real.
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Gabriel Barra, Pedro Gama e Andrés Cardona, que assinam o relatório, consideram que a PetroRecôncavo começou o trimestre de forma positiva, com uma produção média de 27,8 mil barris de óleo equivalente por dia em abril, com queda nas semanas seguintes.
Nesse cenário, o Citi rebaixou a recomendação de compra para neutra e reduziu o preço-alvo de R$ 18 para R$ 15 por ação em função da expectativa de produção estável ao longo de 2025.
Com o downgrade do papel, no pregão desta quinta-feira (24), a PetroRecôncavo recuou 1,03%, cotada R$ 13,41. Durante o dia, as ações da petroleira chegaram a cair 2,73%, por volta das 15h.
Citi passa a ter menos confiança na PetroRecôncavo
O Citi projeta para a PetroRecôncavo um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 359 milhões e lucro líquido de R$ 200 milhões entre abril e junho.
Na conta dos analistas, a capacidade da petroleira de elevar a produção de forma relevante a partir de 2026 não passa confiança, devido ao cenário de preços mais baixos do petróleo, o que pode afetar o retorno dos novos investimentos.
Apesar de não fazer parte do cenário-base da análise do Citi, o anúncio de dividendos ainda este ano não deve acontecer na visão dos analistas.
“Embora reconheçamos que a empresa opere com baixa alavancagem, não vemos catalisadores relevantes que motivem a gestão e o conselho de administração (BoD) a anunciar novos dividendos.”
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De acordo com as projeções do Citi, a RECV3 está sendo negociada com um retorno sobre fluxo de caixa livre entre 4% e 7% em 2025-2026, considerando os investimentos necessários para o desenvolvimento das reservas 2P (estimativa do potencial de produção real e potencial adicional), o montante previsto no acordo da UPGN de Guamaré e o investimento na construção da UPGN Miranga.
Com uma alavancagem de 1x dívida líquida sobre o Ebitda, o dividend yield esperado seria de 7% a 12% no período — números que, segundo o Citi, não justificam uma recomendação de compra.
O rebaixamento ainda leva em conta que a taxa de juros doméstica (Selic) oferece retornos mais atrativos, além de outras empresas do setor apresentarem perspectivas melhores de valorização.
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