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Cinco bancos perdem juntos R$ 42 bilhões em valor de mercado — e estrela da bolsa puxa a fila

A terça-feira (19) foi marcada por perdas generalizadas no Ibovespa: apenas cinco ações encerraram o pregão no azul e nenhuma delas é do setor financeiro.

Os cinco maiores bancos brasileiros foram os principais responsáveis pela queda de 2,1% do índice e, juntos, terminaram o dia valendo R$ 41,98 bilhões a menos, de acordo com dados da Elos Ayta.

A cifra perdida pelo setor financeiro representa quase a metade das perdas das empresas listadas na B3, que somaram R$ 88,44 bilhões nesta terça-feira, valor próximo à capitalização da JBS (R$ 87,92 bilhões).

Para se ter uma ideia, o montante perdido pelos bancos supera o valor de mercado da Caixa Seguradora (CXSE3), avaliada atualmente em R$ 40,74 bilhões.

Itaú (ITUB4) lidera as perdas

E, para a surpresa de alguns investidores, uma estrela da bolsa puxou a fila das perdas: o Itaú (ITUB4). Entre o pregão da última segunda-feira (18) e hoje, o banco perdeu R$ 14,7 bilhões em valor de mercado, que agora é de R$ 370,57 bilhões.

Em segundo lugar ficou o BTG Pactual (BPAC11), com uma perda de R$ 11,42 bilhões no rali desta terça-feira, atingindo o market cap de R$ 217,3 bilhões (antes R$ 228,7 bilhões).

Já a medalha de bronze vai para o Banco do Brasil (BBAS3), que encerrou o pregão de hoje avaliado em R$ 113 bilhões, um recuo de R$ 7,25 bilhões em relação ao valor registrado no fechamento de ontem, de R$ 120,2 bilhões.

As maiores perdas no pregão desta terça (19)

  1. Itaú (ITUB4) – R$ 370,57 bilhões (perda de R$ 14,71 bilhões);
  2. BTG Pactual (BPAC11) – R$ 217,30 bilhões (perda de R$ 11,42 bilhões);
  3. Bradesco (BBDC3) – R$ 155,09 bilhões (perda de R$ 5,40 bilhões);
  4. Banco do Brasil (BBAS3) – R$ 113,03 bilhões (perda de R$ 7,25 bilhões);
  5. Santander (SANB11) – R$ 97,71 bilhões (perda de R$ 3,20 bilhões).

Bancos lideram perdas do Ibovespa

Os bancos contribuíram com uma parte significativa da queda da bolsa brasileira hoje — e há motivo para isso.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, determinou que ordens judiciais e executivas de governos estrangeiros não têm eficácia no Brasil, a menos que sejam homologadas.

Com isso, os bancos terão que escolher entre obedecer à ordem de Dino ou sancionar o ministro da corte Alexandre de Moraes.

Por consequência, os bancos estão pressionados entre a lei Magnitsky e o STF, e analistas e investidores temem que a crise tome proporções maiores, com reflexos na economia.

  • A Magnitsky é uma lei norte-americana que permite ao governo dos EUA impor sanções a estrangeiros envolvidos em corrupção ou graves violações de direitos humanos e que foi usada por Donald Trump contra Moraes.

“Sinceramente, eu não gostaria de estar sentado em um banco hoje para decidir se bloqueia ou não recursos de pessoas afetadas por essa lei. Não sei como isso vai escalar e até onde pode chegar”, afirmou Rogério Xavier, gestor da SPX, durante o Warren Day.

No setor financeiro, o Banco do Brasil liderou as perdas, com queda de 5,79%, seguido do Bradesco, que recuou 3,73%; do Itaú, com baixa de 3,44%; e do Santander, que caiu 4,80%.

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Francisco Gomes

Blog sobre finanças pessoais, investimentos, renda extra, ações, Tesouro Direto e FIIs. Escritor e investidor com foco em expansão internacional

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