Quando os EUA decidiram enviar navios para a costa da Venezuela, a China prontamente saiu em defesa de Caracas, condenando a decisão de Donald Trump. Mas nesta sexta-feira (22) o apoio de Pequim falou alto: um investimento de mais de US$ 1 bilhão em campos de petróleo.
O aporte será feito pela China Concord Resources Corp (CCRC), que iniciou o desenvolvimento de dois importantes campos de petróleo na Venezuela. A ideia é obter 60 mil barris de petróleo bruto por dia até o final de 2026.
O investimento chama atenção não só por ser um raro momento no qual uma empresa chinesa injeta recursos em um país que faz parte da Organização Mundial de Petróleo (Opep) e que é alvo de sanções internacionais, mas pelo momento em que ele acontece.
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Os navios de Trump na porta de Maduro
Nesta semana, os EUA enviaram navios para o sul do Caribe como parte do esforço de Trump para enfrentar as ameaças dos cartéis de drogas latino-americanos.
A reação do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi imediata. “Os EUA se acham donos do mundo”, disse ele, chamando a mobilização militar de agressão imperialista e que Trump usa as operações contra o tráfico de drogas como pretexto para intervir no país.
Maduro ganhou reforços nas críticas quando o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que Pequim “se opõe a qualquer ação que viole os propósitos e princípios da Carta da ONU e a soberania e a segurança de um país”.
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China e Venezuela: uma parceria estratégica
O investimento bilionário da China na Venezuela não é de graça — Caracas é uma parceira estratégica para Pequim, que atualmente compra mais de 90% do petróleo exportado pelo país sul-americano. O apoio a Maduro após o envio de navios dos EUA também não.
Embora o movimento dos EUA seja muito mais um aviso para os países da América Latina, que buscam se livrar da influência norte-americana, do que para a própria China, ele também abre espaço para Pequim assumir um papel de maior protagonismo na região.
Vale lembrar que China e Rússia têm o plano de mudar a ordem mundial, deslocando o eixo de influência global dos EUA-Europa.
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