O BTG Pactual decidiu desacelerar em sua aposta para a empresa Iochpe-Maxion (MYPK3), empresa do setor automotivo especialista em produção de rodas. A recomendação para as ações da companhia recebeu um sinal amarelo: saiu de compra para neutra. O preço-alvo, que antes era R$ 19, caiu para R$ 14.
Os analistas do banco afirmam que o cenário mais desafiador no setor automotivo dentro e fora do Brasil impede a valorização no curto prazo, apesar de o valuation ser considerado atrativo.
No pregão de hoje, a ação recuou mais de 2% e encerrou o dia cotada a R$ 11,78.
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Por que o BTG tirou o pé do acelerador?
Em seu relatório, o BTG diz que a revisão foi motivada por uma demanda mais fraca que o esperado nos Estados Unidos, especialmente em componentes estruturais, que representam cerca de metade dos volumes da região.
Outros fatores destacados pelo banco foram:
- A valorização do real, que pressiona receitas dolarizadas;
- Produção enfraquecida na América do Norte e na Europa, de onde vêm quase 54% da receita da companhia;
- O ritmo mais lento de desalavancagem; e
- A perspectiva menos favorável para a indústria automotiva brasileira.
O banco também prevê números mais fracos no terceiro trimestre (3T25). Veja:
- Receita líquida estimada de R$ 3,9 bilhões, ou seja, uma queda de 2% na comparação anual;
- Ebitda de R$ 399 milhões, com retração de 9%; e
- Lucro líquido projetado em R$ 40 milhões.
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No ano passado, a Iochpe-Maxion teve um lucro líquido de R$ 109 milhões no terceiro trimestre (3T24).
O BTG afirma que pode mudar sua opinião se houver uma recuperação mais rápida dos volumes globais, avanço mais consistente na desalavancagem e maior geração de caixa.
Produção só pega no tranco
Um fator que deve continuar a pesar sobre os resultados é a menor produção na América do Norte, que foi agravada. Por causa das novas tarifas de importação de 25% sobre caminhões nos EUA, que entram em vigor em 1º de outubro, a incerteza na cadeia produtiva aumentou.
Mas o problema não são só os EUA. O cenário global, no geral, não está positivo. O crescimento previsto para a produção de veículos leves é de apenas 2% em 2025. Em 2026, a projeção é de queda de 1%, sendo as principais desacelerações na Europa e na América do Norte.
Aqui no Brasil, a situação é parecida: a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revisou para baixo as estimativas de vendas para 2025. As novas estimativas são alta de 6% para veículos leves e queda de 5% para pesados. Os motivos para as mudanças são juros elevados, desaceleração nos EUA e atividade econômica mais fraca.
*Com informações do Money Times.
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