A Fitch rebaixou todos os ratings da Braskem (BRKM5) devido à deterioração significativa da liquidez e ao aumento do risco de reestruturação financeira.
A petroquímica, nesta sexta-feira (26), informou a contratação de assessores financeiros e jurídicos para buscar alternativas que otimizem sua estrutura de capital.
A nota de inadimplência do emissor da petroquímica caiu de “BB-” para “CCC+”, o mesmo nível atribuído às dívidas sêniores sem garantia das subsidiárias Braskem na América do Norte e nos Países Baixos.
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De acordo com a agência, a Braskem enfrenta um aumento na pressão sobre seu caixa e precisa garantir acesso a crédito bancário ou ao mercado de capitais enquanto opera com margens comprimidas.
A contratação de consultores financeiros foi interpretada como um sinal de que medidas mais drásticas podem ser adotadas, com potenciais impactos negativos para os credores, na visão da Fitch.
A Braskem tem sido estrangulada por prejuízos, alavancagem elevada e uma ininterrupta queima de caixa. Para entender como a gigante petroquímica foi do céu ao inferno em poucos anos, você pode ler esta matéria aqui.
Boletim desfavorável da Braskem
A Fitch também cortou a nota dos títulos subordinados da última categoria para “CCC-/RR6”.
Além disso, no cenário nacional, a nota da Braskem caiu de “AA(bra)” para “CCC+(bra)”, com a retirada da observação negativa.
O fluxo de caixa livre negativo de R$ 3,5 bilhões em 2025 e de R$ 2 bilhões em 2026, além de desembolsos relacionados ao caso de Alagoas de R$ 1,7 bilhão e R$ 1,4 bilhão nesses anos, estima a Fitch.
Mesmo com expectativa de fluxo neutro em 2026, a agência avalia que a liquidez será insuficiente para cobrir os vencimentos de 2028.
A alavancagem líquida deve superar 10 vezes nos próximos dois anos, patamar associado a ratings na faixa “B/CCC”.
Concorrência passa na frente
Para a Fitch, os ratings da Braskem estão baixos em comparação com seus principais concorrentes devido a indicadores de crédito persistentemente fracos, fluxo de caixa livre negativo, alta alavancagem e liquidez apertada.
A agência afirma que Westlake, Dow e LyondellBasell mantêm grau de investimento (BBB), apoiadas pela sua escala de negócios, base flexível, custos competitivos e diversificação de portfólio.
Já outras concorrentes, como Orbia e Alpek, saem na frente da petroquímica por ainda preservarem indicadores mais equilibrados de alavancagem e de geração de caixa.
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