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Até o rico dá calote: brasileiros estão com dificuldade de pagar o aluguel; maior inadimplência é a de locações de mais de R$ 13 mil

O preço do aluguel está cada vez mais caro no Brasil e não está fácil para ninguém bancar o custo de moradia — inclusive para a alta renda. A inadimplência de imóveis residenciais com aluguel acima de R$ 13 mil mensais foi a maior por faixa de preço em julho, segundo o Índice Superlógica. 

O índice geral de inadimplência locatícia da plataforma de tecnologia para os mercados imobiliário e condominial fechou julho com uma taxa de 3,76%. Trata-se do maior valor em 14 meses, com alta de 0,17 ponto percentual em relação a junho. 

Entretanto, quando verificada a falta de pagamentos por faixa de preços dos imóveis, a inadimplência da alta renda é bastante superior à média do país. 

Para imóveis residenciais com aluguel superior a R$ 13 mil, a taxa de inadimplência em julho fechou em 6,83%, em um movimento contínuo desde junho de 2024.  

A taxa que mais se aproxima desse nível é a oposta: a da baixa renda. Os imóveis residenciais na faixa de aluguel de até R$ 1.000 registraram uma inadimplência de 6,14% em julho. 

Enquanto isso, a classe média está lidando melhor com as suas contas. As taxas de inadimplência de imóveis de R$ 2.000 a R$ 3.000 e de R$ 3.000 a R$ 5.000 são semelhantes, sendo 2,36% e 2,37%, respectivamente.

Manoel Gonçalves, diretor de negócios para imobiliárias da Superlógica, avalia que o aumento contínuo da inadimplência no aluguel mostra que muitas famílias ainda estão com o orçamento comprometido. 

“A inadimplência maior nas faixas extremas de aluguel reflete diferentes desafios financeiros. É fundamental acompanhar de perto as projeções de inflação e de juros, já que esses indicadores têm impacto direto tanto no endividamento quanto na capacidade de pagamento dos inquilinos nos próximos meses”, afirma, em nota. 

Pagamento de aluguel quase em dia na Região Sul 

A lupa por regiões mostra que o Nordeste está no topo do ranking de falta de pagamento, com uma taxa de inadimplência nas moradias de 4,91%. Embora seja um índice alto, é uma melhora em relação a junho, quando a taxa era de 5,23%. 

O oposto do que aconteceu com a região Centro-Oeste, que teve um aumento significativo e ocupou o segundo lugar no período. Em julho, a taxa ficou em 4,68%, ante um registro de 3,78% em junho — um aumento de 0,90 ponto percentual.

A região Norte aparece em terceiro lugar, com 4,48%, seguida pelo Sudeste, com taxa de 3,51%, e a Sul, que tem o melhor percentual do país, de 3,19%.  

O indicador considera tanto a locação de imóveis residenciais quanto comerciais para a avaliação da inadimplência nas regiões. 

Inadimplência nos imóveis comerciais 

Já em relação aos imóveis comerciais, a faixa de aluguel até R$ 1.000 tem a maior taxa de inadimplência, com tendência de crescimento nos últimos meses. De 7,48% em junho, subiu para 7,98% em julho. 

A faixa que mantém os pagamentos mais em dia é a de R$ 2.000 a R$ 3.000, com uma taxa de 4,22%. Os imóveis comerciais acima de R$ 13 mil também registraram inadimplência alta em julho: de 5,40%. 

No recorte por regiões, o Centro-Oeste tem a pior taxa de pagamentos para imóveis comerciais, chegando a 7,54% de inadimplência em julho. Na sequência aparece o Nordeste, com 7,21%. 

Assim como acontece com os imóveis residenciais, no Sul as taxas são menores, de 3,87%. Enquanto o Norte fechou julho com 6,64% e o Sudeste com 4,80%.

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Francisco Gomes

Blog sobre finanças pessoais, investimentos, renda extra, ações, Tesouro Direto e FIIs. Escritor e investidor com foco em expansão internacional

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