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Braskem (BRKM5) recebe novo rebaixamento e Moody’s avisa: petroquímica pode permanecer no “olho do furacão” por até 18 meses se não tomar atitude

A Braskem (BRKM5) está atravessando uma turbulência que parece não ter fim. Após a Fitch rebaixar suas classificações no início da semana, a petroquímica enfrenta mais um revés — agora, com o rebaixamento pela Moody’s

A agência de classificação de risco cortou o rating da Braskem de Ba3 para B2, com a perspectiva agora negativa. 

Este movimento foi acompanhado pela redução da classificação dos bonds da Braskem America Finance Company, que são totalmente garantidos pela Braskem SA.

De acordo com a Moody’s, o rebaixamento reflete a contínua fragilidade nas métricas de crédito e na geração de caixa da empresa, pressionada pelo ciclo de retração no setor petroquímico e pelas operações ainda frágeis no México. 

Segundo os analistas, a alavancagem da empresa, que chegou a níveis alarmantes, e a contínua queima de caixa, refletem um cenário em que as margens continuam apertadas e o mercado global de petroquímicos segue estagnado.

“Com as incertezas relacionadas ao ambiente macroeconômico, provisões em Alagoas e a continuidade das operações contidas no México, a Braskem permanecerá negativa em 2025 e seu colchão para suportar a fraqueza do setor nos próximos anos diminuiu”, disse a agência.

A Moody’s alerta que, sem ações urgentes para reverter a situação, a Braskem pode permanecer no “olho do furacão” por até 18 meses.

A tarefa hercúlea da Braskem (BRKM5) se quiser evitar novos rebaixamentos

De acordo com a Moody’s, a pressão sobre a Braskem (BRKM5) pode continuar intensa pelos próximos 12 a 18 meses. 

“Na ausência de quaisquer medidas protecionistas que melhorem o Ebitda da empresa, esperamos que a alavancagem ajustada da Braskem permaneça em torno de 11 vezes a 13,5 vezes nos próximos 12 a 18 meses, visto que o Ebitda da empresa continua pressionado pelos spreads petroquímicos, apesar das iniciativas contínuas da empresa para melhorar a lucratividade”, escreveram os analistas.

Na visão da agência, a geração de fluxo de caixa livre da Braskem também permanecerá pressionada pelo fraco nível de operações, além dos desembolsos remanescentes relacionados a Alagoas e pelo programa de transformação que visa tornar a empresa mais competitiva no longo prazo.

Por isso, a petroquímica terá uma tarefa hercúlea se quiser evitar novos rebaixamentos.

Os riscos para a classificação da Braskem

Segundo os analistas, a Braskem enfrentará desafios enormes se quiser evitar mais rebaixamentos e, em um cenário mais extremo, até mesmo uma crise de liquidez. 

Para que as perspectivas da empresa melhorem, será necessário acelerar a resolução dos problemas em Alagoas e no México. Além disso, reduzir a alavancagem e melhorar a geração de fluxo de caixa livre são tarefas urgentes para evitar mais cortes nas suas notas de crédito.

Segundo os analistas, o rating da Braskem poderá ser rebaixado caso a Braskem se deteriore ainda mais devido a passivos adicionais que surjam de eventuais processos e ações coletivas, além de volumes de vendas ou spreads petroquímicos mais fracos do que o previsto.

Isso potencialmente resultaria em maior alavancagem e queima de caixa, incapacidade de renovar políticas financeiras mais agressivas, incluindo pagamento de dividendos polpudos. 

Caso os resultados operacionais da Braskem continuem mais fracos de forma sustentada ou a alavancagem seja persistentemente alta ao longo do ciclo, o rating da Braskem também estaria sob pressão.

Mas nem tudo está perdido. A Moody’s aponta que, caso a Braskem consiga melhorar seu desempenho operacional e reduzir a alavancagem, há espaço para uma possível elevação na classificação no futuro. 

Isso, claro, depende de uma reestruturação eficaz, um ambiente mais estável para o mercado e a resolução de passivos e problemas operacionais.

Em termos práticos, a Braskem poderia ter sua classificação elevada se solucionasse os problemas relacionados ao evento geológico em Alagoas, aprimorasse sua liquidez e flexibilidade financeira, e mantivesse uma política financeira conservadora. 

Uma alavancagem abaixo de 5,5 vezes, sustentada durante os ciclos de commodities, também seria um fator importante para a recuperação do rating da empresa.

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Francisco Gomes

Blog sobre finanças pessoais, investimentos, renda extra, ações, Tesouro Direto e FIIs. Escritor e investidor com foco em expansão internacional

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