Quando a Petrobras (PETR4) divulga resultados trimestrais, o interesse dos investidores — e do governo, seu maior acionista — é o valor que a estatal vai pagar em dividendos ordinários e se uma distribuição extraordinária também será anunciada pela companhia.
No balanço do segundo trimestre, a Petrobras não só não anunciou os aguardados dividendos extraordinários como distribuiu proventos abaixo do projetado pelo mercado: R$ 8,6 bilhões, ou US$ 1,6 bilhão, contra uma estimativa de US$ 2,2 bilhões para o período.
Questionado sobre a possibilidade de uma distribuição adicional de proventos aos acionistas ainda neste ano, o diretor financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo, disse que a companhia adoraria pagar dividendos extraordinários, mas precisa de caixa para isso.
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“O preço [do petróleo] cedeu e temos menos chances de pagar extraordinários este ano”, afirmou.
Mas nem tudo está completamente perdido. Melgarejo disse que a Petrobras está revisitando suas operações para buscar redução de despesas.
“Estamos buscando reduzir ineficiências e tudo isso vai ser traduzido no novo plano estratégico de 2026 a 2030”, disse.
Ter dividendos ou não ter? Comprar Petrobras ou não comprar?
A XP espera que a Petrobras anunciasse dividendos de US$ 2,2 bilhões referente ao segundo trimestre de 2025, acima de US$ 1,6 bilhão entregue.
Os analistas Regis Cardoso e João Rodrigues entendem que essa diferença se deveu a um fluxo de caixa operacional (CFO) mais fraco do que o estimado e a um capex de US$ 4,4 bilhões, superior aos US$ 3,9 bilhões previstos.
“A diferença no CFO não é facilmente explicada pelo capital de giro, já que os principais culpados parecem ter sido itens como depósitos judiciais, abandono, impostos sobre vendas e ‘outros’. A conversão do Ebitda em CFO será um tema a ser observado nos resultados futuros”, afirmou a dupla.
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O UBS BB reiterou a recomendação de compra para as ações da Petrobras, mesmo diante de distribuição de dividendos abaixo das expectativas.
O preço-alvo é de R$ 46 por ação para os papéis negociados na B3 e US$ 15,8 por ADR, apoiado por uma perspectiva positiva impulsionada pelo crescimento sólido da produção.
Segundo o banco, a Petrobras apresentou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em linha com as previsões do mercado, mas o investimento acima do esperado resultou em uma redução de 21% a 22% nos dividendos totais, levando a um rendimento de 2%, inferior ao consenso de 2,5%.
Apesar disso, Matheus Enfeldt, Tasso Vasconcellos e Victor Modanese continuam otimistas em relação ao potencial de rendimento de dividendos acima de 10% este ano e de estabilidade ou crescimento até 2026.
Ruy Hungria, da Empiricus, diz que a ação da Petrobras segue barata. “Por apenas 4x lucros e um dividend yield esperado acima de 10%, as ações seguem com recomendação de compra em várias séries da Empiricus Research”, disse.
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