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Méliuz (CASH3) tem queda nos lucros no 2T25 e ações tombam na B3, mas BTG mantém otimismo na estratégia de bitcoin (BTC)

O Méliuz (CASH3) concluiu sua primeira temporada de balanço como uma bitcoin treasury company, mas o mercado parece não ter digerido bem os números. No pregão desta sexta-feira (8), as ações CASH3 caíram 10,21%, a R$ 5,45, após a empresa ter divulgado balanço na véspera.

No segundo trimestre de 2025 (2T25), a plataforma de cashback registrou lucro líquido de R$ 7,6 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 60,8 milhões do 2T24. Na comparação trimestral, porém, houve recuo de cerca de 36%.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 12 milhões, praticamente estável em relação ao primeiro trimestre, quando somou R$ 12,8 milhões.

Segundo o BTG Pactual, apesar do Ebitda abaixo das estimativas de R$ 15 milhões, a empresa gerou valor expressivo principalmente por meio da estratégia de bitcoin (BTC)

Retorno da aposta em bitcoin

Desde 15 de abril de 2025, o Méliuz opera sob o padrão Bitcoin Standard Era (BSE), priorizando o acúmulo da criptomoeda como pilar estratégico.

No fim de junho, a empresa detinha 595,7 bitcoins em tesouraria, com preço médio de aquisição de US$ 103.188,98, após uma rodada de aumento de capital e ofertas follow-on.

A valorização dessa carteira, que gerou ganhos de R$ 30 milhões, foi apontada pelo BTG como a principal fonte de geração de valor no trimestre.

Vale lembrar que as normas contábeis brasileiras não registram a valorização do bitcoin como lucro no resultado do período.

O bitcoin yield — que mede a quantidade de BTC atrelada a cada mil ações CASH3 — saltou 908% entre o 1T25 e o 2T25. O ganho em bitcoin no trimestre foi de 415,1 BTC, equivalente a aproximadamente US$ 44,5 milhões ou R$ 242,9 milhões.

O valor patrimonial líquido de bitcoin do Méliuz atingiu cerca de US$ 68 milhões no acumulado do ano.

Avaliação do BTG Pactual

Para o banco, embora lucro líquido, projetado em R$ 9 milhões, e Ebitda tenham ficado aquém do esperado, a receita líquida veio em linha com as projeções.

Os analistas destacam, porém, que os custos superaram o previsto, devido a despesas com marketing e remuneração baseada em ações.

A expectativa é que o Méliuz alcance aproximadamente R$ 65 milhões em Ebitda em 2025.

Na visão do BTG, a assimetria da tese de investimento segue favorável, especialmente com o plano da empresa de emitir instrumentos financeiros lastreados em bitcoin.

Como parte dessa expansão, a companhia contratou o norte-americano Mason Foard como diretor de estratégia de bitcoin, com foco em atrair investidores nos EUA.

A plataforma também avança no processo de listagem de suas ações no mercado OTCQX, etapa final antes de ampliar a exposição a investidores estrangeiros.

Com isso, o BTG reiterou a recomendação de compra para CASH3, com preço-alvo de R$ 10 em 12 meses.

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Francisco Gomes

Blog sobre finanças pessoais, investimentos, renda extra, ações, Tesouro Direto e FIIs. Escritor e investidor com foco em expansão internacional

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