Não são novos recordes, mas é um começo. Impulsionado pela nova medida de Donald Trump que abre caminho para a inclusão de criptomoedas nos planos de aposentadoria 401(k) e pela indicação de um aliado da Casa Branca no Federal Reserve (Fed), o bitcoin (BTC) e outros ativos digitais voltaram a subir com força.
Os planos 401(k) — aqueles patrocinados por empregadores e que permitem o investimento de parte do salário antes da incidência de imposto — fazem parte de um mercado avaliado em US$ 12,5 trilhões — um alvo cobiçado pelas empresas de cripto que querem alcançar o investidor de varejo.
Trump também instruiu a secretária do Trabalho, Lori Chavez-DeRemer, a trabalhar com seus pares no Departamento do Tesouro e na Comissão de Valores Mobiliários (SEC) para estudar mudanças nas regras que apoiem a adoção de ativos alternativos em produtos de aposentadoria.
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Já a indicação de Stephen Miran como diretor do Conselho do Fed animou ainda mais os mercados, que aumentaram as apostas de que o banco central norte-americano vai cortar os juros em 0,75 ponto percentual (pp) neste ano.
Nesse cenário de boas notícias e otimismo, o bitcoin subiu 1,99% nas últimas 24 horas, voltando à casa dos US$ 117 mil por volta das 18h45. A alta não leva o BTC a novos recordes, mas traz fôlego renovado à moeda, que até a última terça-feira ainda rondava os US$ 113 mil.
Outras criptos seguiram o embalo, com destaque para o ethereum (ETH), que subiu 5,71% e o XRP, que avançou 8,60% no dia.
Confira o desempenho das dez maiores criptomoedas do mundo nesta quinta-feira (7):
# | Nome (Símbolo) | Preço (USD) | 24h | 7d | YTD | Market Cap (USD) |
---|---|---|---|---|---|---|
1 | Bitcoin (BTC) | US$ 117.260,46 | 1,99% | 0,46% | 25,55% | US$ 2,33 tri |
2 | Ethereum (ETH) | US$ 3.874,02 | 5,71% | 3,45% | 16,29% | US$ 467,63 bi |
3 | XRP (XRP) | US$ 3,24 | 8,60% | 6,22% | 56,04% | US$ 192,49 bi |
4 | Tether (USDT) | US$ 1,00 | 0,02% | 0,05% | 0,23% | US$ 164,09 bi |
5 | BNB (BNB) | US$ 783,01 | 1,79% | -1,36% | 11,70% | US$ 109,06 bi |
6 | Solana (SOL) | US$ 173,62 | 3,51% | -0,41% | -8,25% | US$ 93,61 bi |
7 | USDC (USDC) | US$ 1,00 | 0,00% | 0,00% | -0,01% | US$ 64,77 bi |
8 | Dogecoin (DOGE) | US$ 0,22 | 7,03% | 2,41% | -30,56% | US$ 32,97 bi |
9 | TRON (TRX) | US$ 0,34 | 0,31% | 3,51% | 32,96% | US$ 32,01 bi |
10 | Cardano (ADA) | US$ 0,77 | 4,78% | 3,06% | -8,22% | US$ 27,43 bi |
Direto da Casa Branca para o mercado de bitcoin
A ordem executiva assinada por Donald Trump representa um passo relevante para a indústria cripto, que busca maior exposição ao varejo e legitimidade dentro do sistema financeiro tradicional.
Apesar dos avanços entre investidores institucionais, os poupadores comuns ainda enfrentam barreiras como riscos fiduciários, incertezas regulatórias e temores com a volatilidade dos criptoativos.
A nova diretriz também exige que o governo esclareça sua posição quanto às responsabilidades fiduciárias envolvidas na oferta de fundos de alocação com exposição a investimentos alternativos.
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A secretária do Trabalho, Lori Chavez-DeRemer, foi encarregada de trabalhar em conjunto com o Tesouro, a SEC e outros órgãos para avaliar possíveis mudanças regulatórias que viabilizem a iniciativa.
A SEC, por sua vez, recebeu a missão de facilitar o acesso a esses ativos para participantes dos planos de aposentadoria com decisões de investimento autônomas. Esta é, até agora, a ação mais concreta do governo Trump para incluir ativos privados em contas de contribuição definida.
Trump também assinou uma segunda ordem executiva com foco na inclusão bancária. O objetivo é eliminar práticas adotadas por bancos e seus reguladores que resultem na negação de acesso a serviços financeiros por motivos ideológicos.
A diretriz orienta os reguladores a eliminar o uso de padrões de risco reputacional e a identificar instituições financeiras que tenham praticado “desbancarização” ilegal no passado, com aplicação de multas e medidas corretivas, quando necessário.
JP Morgan reafirma ceticismo
Se por um lado o governo pressiona por uma maior abertura aos criptoativos, o JP Morgan segue na direção contrária.
De acordo com o banco, o mercado de ativos do mundo real tokenizados — frequentemente citado como a ponte entre o universo cripto e as finanças tradicionais — ainda é pequeno, com valor total de apenas US$ 25 bilhões.
E esse volume, segundo os analistas, vem majoritariamente de empresas nativas do setor, e não de grandes players de Wall Street.
Apesar do entusiasmo do setor, o banco destaca que a base de ativos tokenizados continua “bastante insignificante”. Os obstáculos são muitos: regulação fragmentada, insegurança jurídica e desconfiança na efetividade dos contratos inteligentes.
“Esse panorama decepcionante da tokenização também reflete o fato de que os investidores tradicionais ainda não veem necessidade para ela”, escreveu a equipe do banco. “Também há poucas evidências até agora de que bancos ou clientes estejam migrando de depósitos tradicionais para versões tokenizadas.”
A tokenização — que consiste em representar ativos reais como ações ou títulos em blockchain — é vendida como solução para tornar os mercados mais ágeis, baratos e transparentes. Em teoria, fundos tokenizados poderiam garantir liquidação instantânea e eliminar intermediários. Mas, por ora, essa visão continua presa no campo das ideias.
*Com informações da Bloomberg
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