Jerome Powell parece realmente disposto a terminar seu mandato, que vence em maio de 2026. Em meio à pressão da Casa Branca, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) publicou uma carta nesta quinta-feira (17) explicando um gasto bilionário que tem potencial para acabar em um pedido de demissão por justa causa por parte de Donald Trump.
Powell e Trump não vivem em um mar de rosas desde o primeiro mandato do republicano, e a razão para isso é uma só: os juros nos EUA. De um lado, o chefe do BC defende o ajuste da política monetária de acordo com o mandato duplo designado pelo Congresso — pleno emprego e inflação em 2%. Do outro, o republicano quer taxas mais baixas.
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Essa dinâmica acontece desde 2018, depois que o próprio Trump escolheu Powell para comandar o Fed, e se arrasta até o momento. Agora, a alegação do presidente norte-americano é de que os EUA não têm inflação, por isso, os juros — atualmente na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano — podem cair. O chefe do banco central prefere esperar para ver os efeitos das tarifas comerciais sobre os preços.
A queda de braço entre os dois levou o republicano a ameaçar Powell de demissão — algo que se ocorrer não terá precedentes na história recente dos EUA. O último capítulo dessa história aconteceu nesta semana, quando a imprensa norte-americana noticiou que Trump havia apresentado o rascunho da carta de demissão de Powell a um grupo de parlamentares republicanos.
Para colocar mais lenha na fogueira, a reforma da sede do Fed em Washington entrou na mira da Casa Branca. A obra está orçada em US$ 2,5 bilhões e vem sendo criticada por Trump e membros do alto escalão do governo, que acusam Powell de fraude e má gestão de recursos do banco central.
Nesta quinta-feira (17), Powell se manifestou oficialmente sobre o assunto com uma carta publicada pelo Fed. O Seu Dinheiro resume a partir de agora os principais pontos do documento.
De Powell para Trump, com amor (?)
A carta escrita por Powell não é endereçada diretamente a Trump, mas sim ao chefe do Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca, Russell T. Vough — na semana passada, Vought havia levantado uma série de suspeitas sobre o projeto.
No documento, Powell justifica a reforma e nega excessos na obra.
Segundo ele, a renovação é de “grande escopo” porque envolve dois prédios históricos erguidos na década de 1930.
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Powell diz que os edifícios não passavam por reforma desde que foram construídos e que houve reparos estruturais significativos e atualizações de segurança e sistemas, além de remoção de amianto e contaminação por chumbo.
O presidente do Fed ainda voltou a dizer que não foram incorporados itens luxuosos na renovação, como jardins na cobertura ou mármore recente no edifício, nem sala de jantar vip e elevadores privados — pontos que receberam muitas críticas do governo Trump e de legisladores republicanos.
Na carta, Powell também reafirma o compromisso do Conselho do Fed com a transparência e diz que o BC norte-americano tomará cuidado para garantir que a reforma seja cuidadosamente supervisionada.
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